terça-feira, 25 de agosto de 2009
PLUFT!
Em tempos de naufrágios e maresia PLUFT, de Susan Kalik, é a nova revelação do teatro soteropolitano.
Numa noite tranqüila e nada nebulosa a minha rota foi assistir a montagem de formatura da diretora Susan Kalik, graduada pela Ufba em Artes Cênicas/direção teatral.
Á princípio cansado de guerra e de rotas antigas e previsíveis neste mar, e sem bússola a bordo, pensei que estaria diante de mais uma viagem que me levaria ao mesmo lugar de sempre. Mas macacos me mordam, repentinamente o vento muda, direcionando-me a uma bela surpresa! Susan foi ousada e corajosa ao escolher para sua formatura o texto de Maria Clara Machado, Pluft o Fantasminha, um texto de teatro infantil, encenado pela primeira vez em 1955, no Rio de Janeiro. Oras bolas será possível fazer teatro infantil na Escola de Teatro?! Para alguns pode ser inusitada a escolha e casual para mim: ora o teatro infantil não é teatro?!
Quando entramos na Escola de Teatro como alunos e já trabalhamos na área com as nossas escolhas estéticas e ideológicas formadas fica mais fácil aliar a prática à teoria acadêmica, que a meu ver ainda é o grande desafio do ensino, unir a teoria à prática, ou vice-versa, favorecendo ambas na construção da aprendizagem, e, por conseguinte, do produto, do resultado, do conhecimento. Assim fazendo uma escolha por um teatro legitimamente brasileiro, destinado à formação de um público infantil, a montagem de Susan surpreende em vários aspectos.
Logo de início uma produção muito caprichada e de um bom gosto (contextualizado)!
A diretora e sua equipe se esmeraram em trazer para o público infantil e adulto o gosto de suspiro e maria mole na boca. A platéia nesta noite era formada por crianças e adultos e as crianças deixaram a apresentação noturna mais pitoresca e deliciosa, com interferências e comentários durante a apresentação para lá de autênticos! As crianças têm esta sabedoria e espontaneidade e falam mesmo, com toda sua sinceridade infantil, se gostam de algo ou não, são verdadeiras ao extremo! Nós adultos é que vamos perdendo ou camuflando esta qualidade, da sinceridade e verdade, cobertos pela luta diária em tempos tão difíceis e de tantas máscaras fora da cena.
Acredito que a força da encenação de Kalif se dá por que toca em aspectos que considero primordiais para o trabalho do teatro: a poesia e a mensagem e o trabalho de teatro de grupo. Ela conseguiu formar uma equipe dedicada, desde os orientadores acadêmicos sensíveis, a um grupo com um talento colaborativo e uma vocação ao trabalho, bastante incomum em Salvador. Ao começar pelo ator e também produtor, Francisco Xavier, que há exatos 11 anos participava do Grupo de Teatro da UESB, em Vitória da Conquista, hoje Grupo Caçuá de Teatro, a qual coordenava e coordeno.
Assim como eu, Chico mudou seu rumo para mares da capitá, deixando o vento sudoeste de Conquista para ampliar seus horizontes e experiências noutros mares desconhecidos, com muito trabalho (e calos nas mãos). Mesmo assim conseguimos chegar num porto e usar todo o aprendizado adquirido, ao longo de muitas tempestades, mar revolto e rum, na vida e na arte!
No interior do Estado o teatro de grupo, o processo colaborativo de trabalho, a polivalência de habilidades e vocações e o engajamento político tornam os grupos interioranos fortes em trabalho e pesquisa, embora nem sempre esses fatos e dados cheguem ao conhecimento de todos.
Em PLUFT temos alguns exemplos desta colaboração como o de Sérgio Teles, ator e cenógrafo da montagem que mostra uma faceta menos conhecida nos palcos soteropolitanos, com a cenografia impecável e a interpretação cartunesca do Perna de Pau, Pirata Mor, com perna de pau de verdade (como ele consegue? - todos perguntam!). Ambas construções dignas de prêmios!
Mas não pára por ai!! O elenco é tarimbado e conta com presença irretocável da atriz e professora da Escola de Teatro, Ângela Reis, em iluminada participação.
Achei de uma delicadeza imensa a participação de uma professora numa montagem da Escola, refletindo, nas idéias do mestre Paulo Freire, como todos nós aprendemos juntos, sendo professores e alunos na arte e na vida.
A trupe está em boa forma, dos três marinheiros piratas, numa referência nítida aos três patetas clownescos do universo cartoon da diretora, à construção do tio Gerúndio e Pluft, este último menos infantilóide como costumam fazê-lo.
Há muitos pontos positivos na obra, como o figurino romântico e bem executado de Renata Cardoso, também professora da Escola; ao cenário que se transforma no barco do Capitão Bonança, num efeito do novo palco Giratório da Escola, simplesmente emocionante para um ex aluno que não teve palco para atuar durante toda sua graduação; além do quadro no navio em homenagem ao professor e mestre Harildo Deda (que dirigiu brilhantemente o recente Quando as Máquinas Param de Plínio Marcos, também no Martins Gonçalves).
Ah, não posso deixar de falar da cena em que Ângela, como Mamãe Fantasma dá um show, com sua canção tema, composta por Daniel Marques e Luciano Bahia, com direito a coreografia e tudo, tirando calorosos aplausos da platéia!
Inevitavelmente há alguns atropelos de estréia, como ajustes de tempo e pausas no andamento da peça, desafinações na música, como na cena de Maribel, e na iluminação, que deverão ser sanados ao decorrer desta temporada e outras que certamente virão!
Fiquei feliz ao ver Pluft e pensar na nossa inocência e infância que foram tão importantes para a nossa construção como pessoas, artistas, educadores...
Quando acreditamos em algo devemos investir com toda força e coragem que temos! Susan se joga como criança sem medo de errar e consegue um resultado surpreendente neste jogo teatral. Quem sai ganhando é o publico soteropolitano carente de espetáculos infantis de qualidade, mais comum com produções que comercializam a inocência dos nossos pequenos ou os bestificam. Teatro infantil é extremante difícil de ser feito, parece o contrário, mas não é!
Que a Escola de Teatro nesta nova fase contemple as tantas Marias Clara Machado, Araújos, Boais, com vertigem ou fóruns espalhados pelo nosso Brasil, de teatro essencialmente possível, brasileiro, nordestino, interiorano, periférico, mirando no trabalho colaborativo e de grupo, amador ou profissional, realista ou simbolista, erudito e popular, adulto ou infantil.
E que esta Susan cause, assim como a outra, a cantora estrangeira dita fora dos padrões, uma quebra de paradigmas mostrando tantas outras possibilidades de trabalho e construção para a nossa arte, nossa vida e nossos valores.
Vida longa a Pluft!
E que receba muitos prêmios por aqui, afinal, navegar é preciso e tem que ter muita coragem ao abrir o pano e o coração!
Valei-me Bom Jesus dos Navegantes!
Evoé, Odoiá!!
Salvador, 23 de agosto de 2009.
Marcelo Benigno é ator, arte-educador, diretor do Grupo Caçuá de Teatro, professor de Teatro, membro do Conselho Fiscal do SATED-BA.
IMPERDÍVEL!!
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Dica poética e premiada!!
GALERA,
Minha amiga Deusi Magalhães está em cartaz com espetáculo super interresante!
VALE A PENA CONFERIR!
VEJA CARTAZ ACIMA.
Conheci a Deusi em São Paulo em 1997-1998 e fizemos juntos o premiado espetáculo: "O ASSASSINATO DO ANÃO DO CARALHO GRANDE." do saudoso Plínio Marcos dirigido por Marco Antônio Rodrigues. Recedemos dois premos Mambembes (Melhor Direção e Melhor Espetáculo de São Paulo) e muitos outros em festivais.
A Deusi inclusive foi indicada como melhor atriz numa performance maravilhosa!!
Agora a Deusi é baiana, politizada e articulada está sempre batalhando por projetos de qualidade no teatro ou na telona do cinema onde sempre tem aparecido também!
Merda leoa!
quinta-feira, 25 de junho de 2009
terça-feira, 5 de maio de 2009
EXPOSIÇÃO DE CARIBÉ NO MAM. UM LUXO!!
MEU POVO!
DOMINGO CHUVOSO EM SALVADOR.
APROVEITAMOS PARA IR AO MAM,
EU CHICO, POLI E RAMON EMPUNHAMOS NOSSOS GUARDA-CHUVAS E FOMOS VER A EXPOSIÇÃO.
JESUS, UM DESBUNDE!!!
TANTA VARIEDADE DE TALENTO E TÉCNICAS PARA UM SÓ ARTISTA!
TEM QUE SER VISTO PARA CADA UM APRECIAR COM SUA SENSIBILIDADE!
ABAIXO MATÉRIA SOBRE A EXPOSIÇÃO!
APRECIEM SEM MODERAÇÃO!!!
Exposição celebra chegada de Carybé à Bahia
18/04/2009 por Andreia Santana
A magia contida nas linhas de Jubiabá, um dos romances mais famosos de Jorge Amado, foi suficiente para trazer à Bahia o argentino, nascido em Buenos Aires, Hector Julio Paride Bernabó, lá pelos idos de 1938. Você não sabe quem é Hector Bernabó? E se eu chamá-lo pelo apelido que recebeu ainda na infância, quando era escoteiro, Carybé? Mesmo que não conheça a fundo a vida desse artista plástico, escultor, gravador, cenografista, jornalista, diretor de arte, multitalentoso baiano de coração - ele naturalizou-se brasileiro em 1957 e foi agraciado na mesma época com o título de cidadão da Bahia -, com certeza, já viu espalhadas pelas ruas de Salvador, obras que levam sua assinatura. Se for soteropolitano do dendê (carioca é que é da gema), conhece os gradis que cercam o Museu de Arte da Bahia (MAM-BA) ou o Campo Grande (praça 2 de Julho); ou já viu a escultura de uma mulher com o filho enganchado nos quadris, na entrada do shopping Iguatemi; ou ainda, os paineis no Teatro Castro Alves. Se for baiano e seguidor do Candomblé, mais especificamente frequêntador do terreiro do Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, já viu obras do artista e referências a ele no lugar de honra reservado aos obás (ministros) de Xangô da casa. Mesmo que seja turista, ao desembarcar no Aeroporto Internacional da capital baiana, no seu roteiro até a saída, há um painel do artista.
Com tanto de Carybé impregnado na cidade, era de se esperar uma homenagem. E vai haver mesmo uma série delas. A partir do dia 24 de abril até 31 de maio, quem é da terra ou de outros cantos do mundo, está convidado para dar uma passadinha no MAM, ali na Ladeira da Av. Contorno, para conferir a exposição Carybé - 70 anos de Bahia. Organizada pelo Instituto Carybé, com patrocínio da iniciativa privada e apoio do governo estadual, a mostra reunirá 200 obras que retratam a pluralidade de temas e técnicas utilizadas pelo artista ao longo da sua trajetória. Serão pinturas, esculturas, gravuras, paineis, murais, ilustrações de livros (Carybé era um dos principais ilustradores das obras do amigo Jorge Amado), objetos pessoais, os figurinos que criou para cinema, teatro e balé; a exibição de dois filmes (O Cangaceiro, em que assina a direção de arte) e o documentário O capeta Carybé, sobre sua vida. Para completar, seus cadernos de viagem, com esboços e diários de bordo retratando as andanças pela Europa, Oriente e Brasil serão exibidas pela primeira vez.
Também conteúdo inédito da exposição são as pinturas de países da América e o Gabinete de Humor Erótico, essa parte reservada apenas aos maiores de 18 anos, com desenhos e pinturas mais calientes do argentino-baiano. Ficou sem fôlego? Pois nem fique, porque os organizadores do megaevento ainda montaram um passeio cultural chamado Rota Carybé, que consiste em percorrer 19 pontos de Salvador onde existem interferências do artista na área urbana. Alguns desses pontos foram citados ali no começo do post, mas creiam que tem muito mais Carybé na atmosfera da soterópolis.
E as homenagens não se limitam à exposição. Carybé, morto em outubro de 1997, vai virar selo comemorativo dos Correios e Telegráfos. Reconhecendo o valor da obra do artista para a cultura baiana e nacional, o painel do aeroporto será totalmente restaurado através da iniciativa de uma empresa privada. A exemplo do que ocorre no Chile, com as casas onde Pablo Neruda viveu, o Instituto Carybé pretende ainda restaurar a sua antiga residência, no bairro da Boa Vista de Brotas, e transformá-la em um memorial e centro cultural aberto ao público.
Reserve espaço na agenda, porque vale a pena:
O quê: Exposição Carybé - 70 anos de Bahia
Onde: Museu de Arte da Bahia - Ladeira da Av. Contorno, centro de Salvador
Quando: de terça a domingo, das 13h às 19h; sábados, das 13h às 21h
Período: de 24 de abril até 31 de maio
Entrada: gratuita
FÁBIO VIDAL EM CARTAZ!!! IMPERDÍVEL!!!
IMPERDÍVEL!!!!!!!
DESSE TEMPO TODO QUE ESTOU EM SALVADOR POUCOS ARTISTAS ME MARCARAM, TANTO PELO TALENTO OU PELA FORMA COMO VE A VIDA, FORA E DENTRO DOS PALCOS, UM DELES É FABIO VIDAL.
TENHO ACOMPANHADO ESTE AMIGO ARTISTA E JÁ FIZEMOS ALGUNS PROJETOS EM CONQUISTA, E SUA POESIA E DOCURA SÃO INCOMUNS NESTE MEIO ARTISTICO.
ENFIM, NÃO VOU FICAR AQUI RASGANDO SEDA, POIS ELE NÃO PRECISA DISSO. RS
MAS SE VOCÊS QUISEREM CONFERIR DE PERTO O QUE ESTOU FALANDO, VIDAL ESTÁ DE VOLTA COM SEU BONFIM, NUMA TEMPORADA BOA, DE UM MÊS, NO TEATRO GAMBOA, AGORA REVITALIZADO POR RINO CARVALHO E SUA EQUIPE.
ESTIVE LA NESTE FINAL DE SEMANA, COM MINHA IRMA MÁRCIA, E APESAR DA CHUVA O TEATRO ESTAVA CHEIO!!!
FOI FORMIDÁVEL REVER SEU BONFIM E COMO A OBRA É PULJANTE , POÉTICA E FORTE. A IDENTIFICAÇÃO DO PÚBLICO FOI IMEDIATA!!! E O TRABALHO DE FÁBIO INESQUÉCIVEL!
MERDA A FABINHO NESTA NOVA TEMPORADA!!!
MAIS UM TALENTO RARO EM SALVADOR!
http://www.youtube.com/watch?v=pnQ30Q3kd
sábado, 7 de março de 2009
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
INDICADOS PRÊMIO BRASKEM 2009
Sai lista de indicados ao Prêmio Braskem de Teatro
Em Negrito minhas supostas deduções.
rs
A lista dos indicados ao Prêmio Braskem de Teatro 2008 acaba de ser divulgada. Realizada há 16 anos, a premiação que destaca anualmente as melhores produções cênicas baianas reúne dez categorias: melhor espetáculo, melhor direção, melhor ator, melhor ator coadjuvante, melhor atriz, melhor atriz coadjuvante, melhor texto, categoria especial, revelação e melhor espetáculo infanto-juvenil.
A comissão julgadora, formada por Paulo Cunha, Hebe Alves, Adelice Souza, Vadinha Moura, Beth Rangel, Gilson Rodrigues e Hirton Fernandes, avaliou 35 espetáculos – 31 adultos e 4 infantis.
Os vencedores só serão conhecidos durante cerimônia de premiação, prevista para o mês de abril, no Teatro Castro Alves. Confira os indicados:
MELHOR ESPETÁCULO
Policarpo Quaresma
O Olhar inventa o mundo
Os Sonhos de Segismundo
Atire a Primeira Pedra
MELHOR DIREÇÃO
Luiz Marfuz (Policarpo Quaresma)
Felipe de Assis (O Olhar Inventa o Mundo)
Patrick Campbell (Labirintos - Um Espetáculo Itinerante)
Carol Vieira (Memória Ferida)
MELHOR ATOR
Frank Menezes (O Indignado)
Hilton Cobra (Policarpo Quaresma)
Urias Lima (Um Caso de Língua)
Ely Izidoro (Teodorico Majestade)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Armindo Bião (O Pique dos Índios ou a Espingarda de Caramuru)
Gordo Neto (Memória Ferida)
Cláudio Machado (Labirintos - Um Espetáculo Itinerante)
Luiz Pepeu (O Otário que Sonhava Acordado)
MELHOR ATRIZ
Sibelle Lelis (Memória Ferida)
Cláudia di Moura (Policarpo Quaresma)
Luiza Proserpio (Salomé)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Diana Ramos (Os Sonhos de Segismundo)
Elaine Cardim (Policarpo Quaresma)
Heloísa Jorge (A Farsa da Boa Preguiça)
Manhã Ortiz (O Otário que Sonhava Acordado)
MELHOR TEXTO
Memória Ferida - Autor: Dinah Pereira
Teodorico Majestade - Autor: Romualdo Lisboa
Policarpo Quaresma (adaptação para teatro da obra homônima de Lima Barreto) - Autor: Marcos Barbosa
CATEGORIA ESPECIAL
Rino Carvalho (figurino - O Olhar Inventa o Mundo)
Miniusina de Criação (cenografia - O Olhar Inventa o Mundo)
Fábio Espírito Santo (iluminação dos espetáculos O Olhar Inventa o Mundo, Batata! e Casa Número Nada)
Luciano Salvador Bahia (direção musical e trilha sonora - Atire a Primeira Pedra)
REVELAÇÃO
Rodrigo Frota (cenografia dos espetáculos Policarpo Quaresma, Atire a Primeira Pedra, Álbum de Família e Salomé)
Leandro Villa (ator - Labirintos: Um espetáculo Itinerante)
Milena Flick (atriz - Atire a Primeira Pedra)
Heraldo Souza (composição musical e arranjos - Os Prequetés)
MELHOR ESPETÁCULO INFANTO-JUVENIL
Os Prequetés
Dia de Circo
A Gema do Ovo da Ema
NÚCLEO TCA 2009- RESULTADOS- JEREMIAS, O PROFETA DA CHUVA
Polêmicas à parte, o Projeto deste ano tem uma caráter nordestino e popular!
“Jeremias, o Profeta da Chuva” leva a dupla assinatura da baiana Adelice Souza, como autora e diretora. O espetáculo será ambientado no sertão real, imaginário e místico, para falar dos homens que interpretam os sinais da natureza e realizam experiências peculiares para predizer se haverá bom ou mau inverno para a lavoura e a pecuária. São, geralmente, agricultores e comerciantes da região, a quem o povo consulta por tradição.
“O sertão está dentro da gente, os extremos de sol e de chuva, a dor, a lamentação, a afirmação da vida”, diz a diretora teatral e arte-educadora, que viajou pelo semi-árido nordestino, até a cidade de Quixadá, no Ceará, onde acontece anualmente o Encontro de Profetas Populares.
A montagem também faz um paralelo com Jeremias, o profeta da Bíblia que anunciou a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor. No palco, personagens e cenas típicas do Nordeste, como o teatro de bonecos, a feira livre, os ex-votos, o forró, profetas, repentistas e rezadeiras. O espetáculo tem estréia prevista para 5 de junho, na Sala do Coro do TCA.
Mensagem de Adelice Souza
"Queria agradecer imensamente a todos os que participaram das Oficinas Artístico-Técnicas ministradas por Helio, Olga, Guilherme e Simone, estes generosos profissionais que estiveram e estarão conosco neste projeto. Foram muitos bonitos resultados e eu só tenho que agradecer por todas as diversas contribuições que vocês todos já deram para alimentar e regar este nosso Jeremias, profeta da chuva. Que possamos sempre andar unidos pelos fios e teares do teatro.
Lina, queria agradecer especialmente a você, que nos presenteou com um bela escultura de uma senhora de muitos anos. Essa senhora estará na nossa sala de ensaio, como um ancestral, um antepassado que também nos protegerá nesta caminhada.
O melhor de mim saúda o melhor de vocês.
Adelice Souza"
Após a realização de três oficinas técnicas, a autora e diretora do espetáculo, Adelice Souza, selecionou as equipes de cenografia, figurino e iluminação que participarão montagem da peça “Jeremias, Profeta da Chuva”, décima quarta montagem do Núcleo de Teatro do TCA, em conformidade com o item 3.1.3 do Edital nº 09/2008.
Segue lista de selecionados:
Cenografia:
Cenógrafo - Igor Souza
Assistentes - Cinthia Rosa e Marcos Núnez
Figurino:
Figurinista - Carol Diniz
Assistentes - Alice Santos e Nei Lima
Iluminação
Iluminadora - Irma Vidal
Assistente - Alexandre Molina e Antonio Marcos
Divulgado em 05/02/2009
Segunda-feira, 2 de Fevereiro de 2009
Elenco: mensagem e nomes
DIA DOIS DE FEVEREIRO- DIA DA RAINHA DO MAR
Queridos atores e atrizes,
Chego de um belo banho de chuva no porto e está sendo difícil escrever algo para vocês. Nada que eu diga refletirá, de verdade, toda a intensidade e beleza que cada um de vocês compartilhou
durante esta semana uns com os outros e comigo e com Hebe e com Fabinho e com Tom e comSaulo e com Maicon e com Amanda.
Todos nós vimos a entrega, a doação, o desejo, a magia e o risco da veia e da alma de vocês pulsando durante estes dias... essas coisas grandiosas que somente vocês, atores, entre todos os seres do mundo inteiro, alcançam. O projeto (não apenas eu, acreditem!) fez suas escolhas. E estas escolhas foram se formatando no decorrer da semana. Pautadas em fatores diversos. E novamente subjetivos e objetivos. O que mais posso dizer? Que desejo que sejamos companheiros de outras aventuras do palco, que certamente acontecerão. Deixo novamente o meu aplauso, o meu agradecimento e o melhor de mim saudando o melhor de vocês.
São estas as pessoas que darão vida a este pequeno e delicado universo de Jeremias:
Um grande abraço. E boa sorte a todos nós.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
CURTINDO SAMPA!
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração