quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

RIR PARA NÃO CHORAR



GALERA,

TEXTO INTERESSANTE POSTADO NO BLOG DE UM ARTISTA AMIGO MEU!

SE CLICAR EM CIMA DO TÍTULO VERÁ A POSTAGEM ORIGINAL!!
APRECIEM SEM MODERAÇÃO!!


Terça-feira, 16 de Dezembro de 2008

Rir para não chorar
É engraçado como tem coisas absurdas nesse mundo de meu Deus!Minha crise constante em ser artista, hoje percebo claramente que não é o SER. Adoro o que faço, não me iumagino outra coisa, nunca tive intimidade com a matemática, nunca fui amante de química, sempre me interessei pelas pessoas, pelo humano, mas SER artista é difícil. Esta dificuldade se dá por causa do olhar do outro em relação a você. Muitas vezes esse olhar te diminui e isso dói.

Escrevemos projetos, orçamos as despesas, trabalhamos duro para realizar o evento e chegam os gestores cortando verbas e no final, depois do trabalho concluído, não sabem dizer quando vão pagar, que a burocracia é grande e falta documentos, sendo que já foram assinados inúmeros documentos solicitados à prestação. Vamos supor que eu esteja falando da FUNCEB, vamos supor que eu estou falando mais precisamente da Diretoria de Teatro e vamos supor mais, que eu esteja falando também da PETROBRAS.
Digamos que sejam exemplos fictícios, já que ninguém acreditaria em mim, nem eu, que instituições desse porte sejam capazes de coisas assim. Uma é a Fundação Cultural de um estado e a outra estatal com tantos serviços de bem estar e contribuição social. Muita consciência!!! Nem sei porque dei esses exemplos, foram os primeiros que me vieram em mente.
Não vejo ninguém não pagar consulta médica (esses podem envenenar) ou advogados (esses colocam na cadeia) ou dentistas (deixam banguelas), os engenheiros deixam a casa cair, mas ao artista só lhe resta chorar e se indignar, esperando as migalhas de um cachê mísero para empresas ou instituições tão ricas e grandes.

Costumo trabalhar de graça, mas para quem eu quero, para projetos e pessoas que eu sei que não poderiam me recompensar financeiramente, mas compensam de formas muito mais belas. Quando eu quero doar meu trabalho para alguma causa e acertamos desde o início as condições, eu faço sem problemas, mas quando o acerto é remuneração, acredito que é, no mínimo, digno se cumprir contratos, respeitar o trabalho do outro e se pagar sem fazer o outro de palhaço. Nenhum preconceito ou valor diminutivo, eu também sou palhaço, mas é que o artista de cara pintada recebe ainda menos respeito do que os de cara limpa e conta suas piadas sem um vintém no bolso.

Hoje eu queria fazer rir, para não chorar!

domingo, 7 de dezembro de 2008

PESSOAS


Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, imaginados pelo pintor Almada Negreiros


Lisbon Revisited-1923
Álvaro de Campos

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!


Bicarbonato de Soda

Súbita, uma angústia...
Ah, que angústia, que náusea do estômago à alma!
Que amigos que tenho tido!Que vazias de tudo as cidades que tenho percorrido!
Que esterco metafísico os meus prpósitos todos!
Uma angústia,
Uma desconsolação da epiderme da alma,
Um deixar cair os braços ao sol-pôr do esforço...
Renego.
Renego tudo.
Renego mais do que tudo.
Renego a gládio e fim todos os Deuses e a negação deles.
Mas o que é que me falta, que o sinto faltar-me no estômago e na circulação do sangue?
Que atordoamento vazio me esfalfa no cérebro?
Devo tomar qualquer coisa ou suicidar-me?
Não: vou existir.
Arre! Vou existir.
E-xis-tir...
E--xis--tir ...
Meu Deus! Que budismo me esfria no sangue!
Renunciar de portas todas abertas,
Perante a paisagem todas as paisagens,
Sem esperança, em liberdade,
Sem nexo,
Acidente da inconseqüência da superfície das coisas,
Monótono mas dorminhoco,
E que brisas quando as portas e as janelas estão todas abertas!
Que verão agradável dos outros!
Dêem-me de beber, que não tenho sede!
ÁLVARO DE CAMPOS
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
TABACARIA- Álvaro de Campos

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO- DIA 08 DE DEZEMBRO


AYRSON HERACLITO- TALENTO CONQUISTENSE DE ORI ABENÇOADA!
















POVO MEU,
Freud, vugo Ayrson Heraclito, amigo e artista conquistense, está bonbando por ai!!
Recentemente esteve em cartaz com mais uma performance provocante em Salvador, no Mercado Cultural. Desta vez foi na parte de cima do TCA onde cabeças são evocadas e oferecidas africanamente.

Bori-Performance Art

AYRSON HERÁCLITO

Oferendas à cabeça, visto que o destino das pessoas reside, em princípio na cabeça ( Ori).
Alimentar a cabeça com comidas para os deuses é evocar proteção.
Dar comida para a cabeça é alimentar a nossa alma.

03.12 / 18 às 20h – Jardim Suspenso do Teatro Castro Alves


Recebi uma crítica bastante contudente de um dos seus trabalhos, Divisor 2, o que está na fotos acima, depois das cabeças, e compartilho com vcs.
Conquista fervilha de artistas que ganham espaço fora da cidade, pois nela todos morrem sem reconhecimento para expandir sua arte.
Parabéns nego!
Evoéh!

Vejam o blog do artista:



Vidro + água + óleo + sal = arte
Roberto Conduru

O que pensar diante de três grandes caixas de vidro, cada qual com 100 x 200 x 25 cm, contendo água, óleo e sal? É um experimento a investigar densidades, pesos e relações físico-químicas dessas substâncias? É uma peça de demonstração dessas propriedades?
A princípio, não. Foi idealizada por Ayrson Heráclito e tem como título Divisor 2. Como ele atua como artista a partir de Salvador e a obra foi apresentada na III Bienal de Artes Visuais do Mercosul, realizada em Porto Alegre, em 2001, conclui-se que não é uma experiência científica ou um dispositivo didático, mas uma proposição artística baseada na ampliação atual dos limites e meios da arte.
Como obra de arte, pretende ir além da literalidade daqueles compostos e de suas relações, explorando dimensões metafóricas. Entretanto, para pensar a o quê se refere essa obra, é necessário justo partir dos elementos que a compõem, observando como os mesmos nela interagem. Primeiro, é preciso lembrar que água e sal estão indissociáveis no mar.

Depois, deve-se notar que a substância oleaginosa empregada é o óleo de palma, que é fabricado a partir dos cocos do dendezeiro (Elaeis guineensis), uma árvore que tem múltiplos sentidos e usos nas práticas das religiões afro-descendentes no Brasil. Conhecido como azeite de dendê, ou azeite-de-cheiro e epô, esse óleo ganhou a gastronomia no Brasil, sendo usado na feitura da moqueca, do vatapá e de outros pratos da culinária largamente conhecida como baiana, apesar de também ser feita e comida em outras regiões do Brasil e da América. Por fim, é imprescindível não esquecer os grandiosos aquários: cristalinos continentes de mar coberto por azeite de dendê.
Vale ainda citar uma chave de leitura incluída pelo artista em um catálogo referente ao seu trabalho, o poema “O Divisor”, de Myra Albuquerque:

“É oceânica a solidão negra / Em dias atlânticos sabemos ser nosso o / que está distante, / submerso em travessias absurdas, / em náuseas intermináveis. // Foi Atlântico o medo do mar, / a adivinhação da tempestade, a expectativa da rotina. // Foi Atlântica a dissimulação de Esperança: ‘sou vítima do terrível crime / da escravidão’. / Disse ser ela Esperança da Boaventura, / como os Aleluia, os Bomfim, os da / Cruz, os do Espírito Santo. // Mergulhamos num flagelo Atlântico. / Desde então, estamos todos assentados / no fundo do oceano.”

É óbvio, portanto, que Divisor 2 se refere ao oceano Atlântico.
Contudo, essa obra nos ajuda a ver que um oceano, mais do que uma parte da geografia física da Terra, é um domínio de espaço e tempo que deve ser pensado por outra geografia: cultural, histórica, antropológica.
Assim, devemos conectar a obra aos processos sociais estabelecidos por meio do Atlântico a partir da transposição forçada de africanos para serem escravizados na América, do século XVI ao XIX, bem como dos intercâmbios entre esses continentes, que persistem até hoje, e a conseqüente constituição da problemática cultural afro-americana.
Mas o que nos diz o artista pelo modo como articula os elementos na obra? Água, azeite e sal estão justapostos, deliberadamente reunidos em um mesmo recipiente, mas permanecem estanques, separados em camadas, devido a suas particularidades físico-químicas; em suma: em processo de interação conflituosa. O que remete à impossibilidade de pensar o oceano Atlântico sem levar em conta os impasses da diáspora e de suas conseqüências, o mar sem o sangue nele e a partir dele derramado. Transparentes e racionalmente geométricas, as caixas falam de mais do que dão a ver: simbolizam conexões e disjunções de pessoas, grupos sociais, religiões e culturas entre África e Brasil; tempos passados, presentes e futuros; práticas e realizações complexas, densas, turvas, ainda que também instigantes e, muitas vezes, como nessa obra, belas.

LEGENDA(S) DA(S) FOTO(S)
• Obra: Ayrson Heráclito, Divisor 2, 2001. Objeto, vidro, água, azeite de dendê e sal, 300 x 200 x 25 cm.
REFERÊNCIAS
– HERÁCLITO, Ayrson. Espaços e Ações. Salvador: O Autor, 2003.

sobre o(a) autor(a):
Roberto Conduru é historiador da arte, professor no ProPEd e no PPGARTES na UERJ, pesquisador com bolsas Prociência FAPERJ/UERJ e de produtividade do CNPq.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

CAPACITAÇÃO DE GRUPOS TEATRAIS EM SÁTIRO DIAS!!!

























CAPACITAÇÃO DE GRUPOS TEATRAIS NO INTERIOR EM
SÁTIRO DIAS!
Gente, mais uma Capacitação para Grupos de Teatro do interior baino promovida pela FUNCEB, entre os dias 28 e 30 de novembro de 2008.
Desta vez, fomos para a cidade de Sátiro Dias e nos jogamos literalmente no mundo do teatro.
Muita energia e força do participantes de várias cidades como Santa Luz e Irará, além dos grupos de Sátiro Dias.
Foi extremamente proveitoso mais este encontro, mostrando a possibilidade e a força do teatro de grupo no interior.
Mais tarde publico o relatório e textos da galera!
Saudades!
mb