sexta-feira, 27 de junho de 2008

VIVA SÃO PEDRO!!!



29 de Junho

Dia dedicado ao príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa da Igreja, São Pedro.
Esta festa foi instituída por volta do século IV, antes mesmo de ser definida a data atual do natal.
Ele era um pescador, e seu nome originalmente era Simão, filho de Jonas e irmão de André.
Mas Jesus mudou-lhe o nome para Pedro que significa pedra, pois ele seria a rocha forte sobre a qual Jesus edificaria sua Igreja.
Por isso comprovadamente ele foi o primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana.
Morreu crucificado como Jesus, mas de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer de maneira igual ao mestre.

É O SANTO QUE REVELA NOSSA FACE HUMANA E UM DOS SANTOS JUNINOS, TAMBÉM CONHECIDO COM SANTO DAS VIÚVAS - QUE ACENDEM FOGUEIRAS NO SEU DIA- E GUARDIÃO DAS CHAVES DO CÉU!
VIVA SÃO PEDRO!!!!


ORAÇÃO A SÃO PEDRO

São Pedro, a vossa fraqueza humana vos levou a negar por três vezes o bom Mestre; mas as vossas lágrimas de arrependimento vos alcançaram o perdão.
Ó grande santo, dai-me a graça de vencer as minhas fraquezas humanas e fazei que a vossa fé e o vosso amor para com Cristo sejam para mim estímulo que me leve a vos imitar; e assim, imitando-vos na fé e no amor a Cristo, tenho a certeza de que, quando eu morrer, vós me haveis de receber de braços abertos na porta do reino dos céus.
São Pedro, abençoai o Papa, protegei toda a igreja, confirmai os irmãos na fé. Amém.

terça-feira, 24 de junho de 2008


VIVAAAAAAAAAAAAAAAA!!!


Oração a São João Batista
(concede força aos desvalidos)

Assim como o cordeiro anseia beber
Das mais puras águas correntes,
Da mesma maneira São João Batista
Suspira minha alma.
São João, que nasceu glorificado,
Anunciado pelo anjos,
Ouve-me!
Tenho sede de verdade,
De elevar minha alma.
Dia e noite, somente as lágrimas
Foram meu alimento.
Ajuda-me neste momento em que sinto-me tão só!
Jesus, que afirmou,
Não ter nascido de mulher ninguém maior que tu,
Socorre-me,
Pois estou abatido.Por que este tumulto dentro de mim?
Confio em Deus,
Louvo ao Senhor,
E sei que Deus é minha salvação.
Quando me lembro do batismo do Messias,
Das terras da região das fontes do Rio Jordão,
Tenho certeza que realizarás meu pedido,
Concedendo-me sua graça(..............) dizer o que precisa
Confio em Deus,
Louvo o nome de João Batista
E sei que ele intercederá por mim,
Em nome de Jesus Cristo.
Amém.


ORAÇÃO A SÃO JOÃO
São João Batista, voz que clama no deserto: "Endireitai os caminhos do Senhor... fazei penitência, porque no meio de vós está quem não conheceis e do qual eu não sou digno de desatar os cordões das sandálias", ajudai-me a fazer penitência das minhas faltas para que eu me torne digno do perdão daquele que vós anunciastes com estas palavras: "Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira os pecados do mundo".São João, pregador da penitência, rogai por nós. São João, precursor do Messias, rogai por nós. São João, alegria do povo, rogai por nós.

domingo, 22 de junho de 2008

VIVA SÃO JOÃO!

NOS DÊ SEMPRE A FARTURA NA MESA, A ALEGRIA DOS AMIGOS E DA FAMÍLIA E O ANÚNCIO DE BOAS NOVAS!
VIVA SÃO JOÃO!!!

terça-feira, 10 de junho de 2008

A VOLTA DE PANTANAL! QUE EMOÇÃO!


GENTE ESSA É COM CHEIRO DE NAFTALINA E SAUDADE!!
HOJE LIGANDO O SBT VI A NOVELA PANTANAL!!
NOSSA SENHORA , QUE PRIMOR DE FOTOGRAFIA, TRILHA E O BANHO DE INTERPRETAÇÃO DE UM ELENCO PRIMOROSO. NOSSA CASSIA KISS NOVINHA, TODOS ATORES MARAVILHOSOS...
IMPERDÍVEL E SAUDOSISTA!

PARA VER QUE TRABALHOS DE QUALIDADE NÃO PRECISAM SER ATUAIS OU APELATIVOS, MUTANTES SEM DRAMATURGIA OU DE MAL GOSTO CHEIOS DE VIOLENCIA ESTEREOTIPOS COMO OS GAYS DE SEMRE, FAVELADOS, RICOS ETC E TAL

PARABÉNS AO SBT PELA INICIATIVA!!!!

UM DELEITE PARA QUEM VIVEU OS ANOS 90!
CONFIRA! NÃO VOU PERDER UM CAPÍTULO!

"Pantanal" levanta a audiência do SBT; Silvio Santos quer pagar profissionais
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da Folha Online

A reestréia da novela "Pantanal", de Benedito Ruy Barbosa, deu ao SBT sete pontos de média, com pico de oito pontos, no Ibope da Grande São Paulo, entre 22h18 e 23h03 da noite de ontem (9), segundo dados prévios.
Divulgação
Cristiana Oliveira atua como Juma, em cena da novela "Pantanal": Cristina Oliveira
Antes da novela, a emissora de Silvio Santos dava cerca de quatro pontos nesse mesmo horário. A trama foi transmitida pela primeira vez na extinta TV Manchete, em 1990.
Com a exibição de "Pantanal" em sua grade, o SBT assume uma batalha judicial com a Globo, que afirma ser detentora dos direitos de transmissão, adquiridos diretamente do autor Benedito Ruy Barbosa. A emissora carioca ainda não comentou a reestréia.
As fitas betas com a gravação original da novela foram compradas por Silvio Santos no leilão judicial da TV Manchete, há cerca de cinco anos.
"Pantanal" ficou conhecida como a novela que desbancou a audiência da Globo, em uma época em que a emissora dominava o horário nobre da rede aberta.
A princípio, a única diferença entre a novela de 18 anos atrás e a exibida nesta segunda-feira foi a elaboração de uma nova abertura computadorizada.
Comunicado oficial

O SBT divulgou um comunicado em seu site, dizendo que tem direito de transmitir a novela e que está disposto a pagar os profissionais que estiveram envolvidos com a obra.

domingo, 8 de junho de 2008

TREZENA DE SANTO ANTÔNIO!


Trezena de Santo Antônio
AS 13 TERÇAS-FEIRAS EM HONRA DE SANTO ANTÔNIO

Pode ser rezada tambem do dia 1° ao 13° de junho ou do mês em curso (mas deverá ser repetida em junho).

Súplica
Meu querido Santo Antônio, Santo dos mais carinhosos, o vosso ardente amor de Deus, as vossas sublimes virtudes e grande caridade para com o próximo vos mereceram durante a vida o poder de fazer milagres espantosos. Nada vos era impossível senão deixar de sentir compaixão pelos que necessitavam da vossa eficaz intercessão. A vós recorremos e vos imploramos que nos obtenhais a graça especial que neste momento pedimos. Ó bondoso e santo Taumaturgo, cujo coração estava sempre cheio de simpatia pelos homens, segredai as nossas preces ao Menino Jesus que tanto gostava de repousar nos vossos braços. Uma palavra vossa nos obterá as mercês que pedimos.(Segue-se a meditação do dia competente)
1ªTerça-feira Oração - Invencível Santo Antônio, mártir pelo desejo, pelo fervor do amor que vos inflamou com o ardente anseio de derramar o vosso sangue por Nosso Senhor Jesus Cristo, invocamos o vosso auxílio para que nos assistais a nós e a todos os agonizantes na hora da nossa morte, e para que obtenhais o eterno descanso para as almas do purgatório. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)
2ª Terça-feira Oração - Ó Santo Antônio, grande Doutor da Igreja, que ilustrastes a eterna e imutável verdade tanto pela palavra como pelo exemplo, nós vos imploramos que nos conserveis na fé católica, que convertais os que estão fora da nossa Igreja e que extirpeis todos os erros e falsidades. Obtende também que os Governantes e os Magistrados exerçam a justiça com eqüidade e para o bem do povo. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

3ª Terça-feira Oração - Ó bondoso consolador Santo Antônio! Nunca quem procurou o vosso auxílio deixou de ser atendido. Humildemente vos suplicamos que nos auxilieis, a nós e a todo o mundo, nas calamidades e aflições; preservai-nos da falta de arrependimento, da covardia e do desespero; afastai de nós toda a intolerância e toda a discórdia. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

4ª Terça-feira Oração - Santo Antônio, fervoroso adorador de Nosso Senhor Jesus Cristo, que ateastes em toda a parte o fogo da caridade perante o qual os demônios fugiam, guardai as nossas almas e os nossos corpos, e defendei-os contra as tentações de Satanás, para que ele não tenha o poder de nos molestar em pensamentos, palavras e obras, e afastai de nós todos os vãos receios e imaginações.(Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

5ª Terça-feira Oração - Ó maravilhoso pregador Santo Antônio, a cujas poderosas palavras nenhum pecador podia resistir, humildemente vos suplicamos que preserveis os nossos corpos de febres, feridas e doenças infecciosas, e as nossas almas da lepra do pecado. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

6ª Terça-feira Oração - Ó milagroso Taumaturgo Santo Antônio, em quem Deus manifestou o seu poder , livrai-nos de todas as fraquezas e enfermidades para que possamos sempre glorificar Deus Todo Poderoso, sãos de espírito e de corpo, e fortes de alma. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

7ª Terça-feira Oração - Santo Antônio, fiel guia dos viajantes, a quem Deus deu o poder de dominar as tempestades e de acalmar as ondas do mar, preservai-nos a nós e a todos os viajantes dos perigos do mar e da terra, e do naufrágio das nossas almas. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

8ª Terça-feira Oração - Ó valente confessor Santo Antônio, que libertastes das cadeias temporais os corpos dos homens, e das cadeias espirituais as suas almas, libertai os pobres cativos das prisões que não mereceram, e as almas que o pecado escraviza, das trevas dos seus cárceres espirituais, e auxiliai todos os que estão condenados à morte. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

9ª Terça-feira Oração - Ó branca Flor da Pureza, Santo Antônio, que tivestes nos vossos braços virginais Jesus, o Filho de Deus, nós vos suplicamos que nos preserveis a nós, e a todos os que nos pertencem, dos males corporais; auxiliai também os surdos, os mudos, os cegos, os coxos, os disformes, e alcançai para eles a paciência necessária para suportarem as suas aflições. Ajudai também a preservar o corpo místico da Igreja, e fazei com que todas as nações, com os seus governantes e príncipes, se conservem fiéis ao seu chefe. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

10ª Terça-feira Oração - Fidelíssimo Santo Antônio, que desprezastes os bens deste mundo para poderes obter as riquezas de Cristo, ajudai-nos a nunca desejar nada que nos seja prejudicial, preservai-nos de todas as ambições mundanas e obtende-nos que procuremos sempre a graça, e, se a perdermos, não descansemos até recuperá-la. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

11ª Terça-feira Oração - Santo Antônio, poderoso auxiliar, em quem o amor de Nosso Senhor Jesus Cristo obra tão grandes maravilhas, invocamos o vosso auxílio em todos os perigos, visíveis e invisíveis. Preservai-nos, pela vossa intercessão, dos nossos inimigos, dos raios, das tempestades, do incêndio e da guerra, e livrai-nos fielmente de todos os perigos da alma e do corpo. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

12ª Terça-feira Oração - Santo Antônio, refúgio universal, nós vos suplicamos que nos socorrais em todas as aflições, na pobreza e na enfermidade; que consoleis as viúvas e os órfãos, e todos aqueles que vos invocam nas suas necessidades. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

13ª Terça-feira Oração - Ó Glorioso Santo Antônio, honra de Portugal, Apóstolo de todas as nações, manifestai-nos o poder milagroso que tem ganho vitórias tão maravilhosas sobre o erro e a descrença, e acendei nos nossos corações a chama da divina caridade e do amor fraterno, a fim de que, unidos no aprisco verdadeiro do Divino Pastor, possamos glorificar Aquele que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina eternamente. Amém. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória...)

"Salve Ó Antonio, Santo Universal Que amparas aflito Contra todo mal Bem merecestes ter com amor em vossos braços O Salvador"


Meu glorioso Santo Antônio, que abrandais as feras bravias dos campos, os ventos furiosos e os mares tempestuosos, apresentai ao meu Bom Jesus este pedido meu (FAÇA O PEDIDO).
Padre nossos, Ave Maria, Salve Maria.
Meu glorioso Santo Antônio, pelos treze dias que andastes em busca do vosso santo breviário, pela agonia que tivestes quando o perdestes, pela alegria que sentistes quando o achastes intercedei pelo pedido meu.Meu glorioso Santo Antônio, pelo anúncio que o anjo vos deu na hora da morte de vosso pai, pela alegria que tivestes quando o livrastes, intercedei pelo pedido meu.

sábado, 7 de junho de 2008

DURVALINA- TEXTO ENTRE A CRUZ-PARTE III


O SONHO


Às vezes, acho que os sonhos, quando nos transposta para o seu mundo, nos enlouquecem. Talvez Morfheu não queira companhia na sua casa e nem compartilhar dos seus sonhos conosco, pobres mortais dorminhocos.
Achamos na nossa doce ilusão de sonhador, que um dia, eles se realizarão como mágica que solta no ar seus encantos coloridos, dignos de um desenho de Walt Disney, caindo lentamente no solo da nossa credulidade.
Por sonhos, muitos morrem ao defender o seu ideal.
Sonham tanto que perdem a noção do perigo, tornando-se heróis de seu tempo, semi deuses de suas causas e de sonhos que tornam-se coletivos.
Sonhar por dias melhores, como diz a frase clichê, pode ser visto de duas formas.

Os pessimistas, aqueles que nunca sonham, e que colocam mau agouro nos sonhos coloridos, apresentarão gráficos de desenvolvimento na área pretendida e informarão, aos sonhadores desinformados, que as possibilidades de concreção do seu sonho, são mínimas, ou melhor, inexistentes.
Já os otimistas, eternos sonhadores, apontarão alternativas criativas para contrapor com os resultados apresentados pelos amigos pessimistas, e defenderão o seu ideal até perderem sua última gota de sangue e esperança.
Os políticos, visionários, jurídicos e afins, certamente entrarão em cena para garantir este embate, proporcionando, tanto para os pessimistas quanto para os otimistas, possibilidades de ganhos. Lamentavelmente, eles usarão de toda sua lábia peçonhenta para iludir ambos os lados. Afinal, eles vivem disso e não iriam perder esta oportunidade.
Política, como dizem, só traz dor de cabeça e isso me faz lembra de outra história...

DURVALINA
Durvalina era Filha de Calú e Vitô. Calú, era a rezadeira mais famosa e conhecida da região. Ela era uma negra velha de cabelos muitos alvos, sempre amarrados cuidadosamente, fazendo uma poupa atrás da cabeça. Vitô, seu marido, era cego. Era um senhor branco e bonito, que sempre andava impecável no seu traje de malandro carioca ou malandro baiano capoeirista, com seu terno claro e chapéu panamá.
Quando Calú e Vitô iam à cidade, tirar o dinheiro da aposentadoria, eu pequeno, ficava no eitão da casa, esperando eles voltarem. Calú andava de modo engraçado, meio escadeirada pela idade, lembrando a moura torta da história infantil. Ela sempre gritava com Vitô e de longe, ouvia seus gritos estridentes.Talvez porque Vitô andasse devagar demais, não acompanhando seu ritmo, devido a sua cegueira.
Uma vez, Calú salvou a minha vida.

Após a refeição, enquanto todos se retiravam da mesa, eu e minha tia, esperávamos a área ficar limpa. Sem ninguém por perto, subimos no fogão à lenha e nos deliciamos com o caldo saboroso, restante da carne, ou seja, o óleo, na qual ela foi frita.
Uma delícia!
Minha tia, que já morava na Bahia e que era acostumada com os temperos e comidas baianas, nada teve. Eu, no entanto, quase passei dessa para a melhor.
Minha cabeça doía tanto que quase tive uma convulsão. Como não dava tempo de ir para a cidade, me levaram à casa de Calú.
Era uma casa pequena e escura.
Lembro-me dos detalhes, da cor do entardecer, da aflição de minha tia e minha vó, do quadro religioso “Coração de Jesus” na parede, e de Calú, rancando ramos de fedegoso para mim rezar.
Ela me rezou, passando os ramos de fedegoso pelo meu corpo e dizendo palavras rápidas, quase balbuceando-as, para em seguida, tirar o seu diagnóstico. Na mesma hora, ela dirigiu-se à cozinha, queimando rapidamente, um chifre de boi, que tirara dos caibros que seguravam as telhas, raspando aquela borra queimada e fervendo-a num chá. O cheiro do chifre queimando fazia que eu arrotasse. Ali mesmo, eu bebi aquele chá mágico e em poucos segundos, vomitei todo o caldo gostoso do meio dia. Segundo Calú, se eu tivesse demorado mais, com aquilo no estômago, certamente, teria morrido.
Desse dia em diante, fiquei com uma seqüela daquele acontecimento, talvez para que eu nunca me esquecesse de Calú e dessa memória.
Toda vez que como algo muito condimentado, gorduroso, ou misturo demais os sabores, a cabeça começa a doer, como martelo responsório. A dor é intensa, acompanhada com uma fadiga mortal. É a pior coisa do mundo.
Só consigo melhorar quando tomo o bendito chá de Calú, e ponho para fora o que me causou tal infortúnio. Na falta de chifre para queimar e fazer o chá, uso sementes de umburana macho, sempre em números impares, com algumas raspas de noz moscada. É batata! Só que essa receita, não foi dada por Calú, mas por minha vó.
É o que me tem salvado, aqui na capital e por onde eu vou, nesses tempos atuais.

Durvalina era filha de Calú!
Ela era uma jovem senhora de cabelos sempre trançados ou escondidos num lenço roxo. Usava saias rodadas verdes e vermelhas. Parecia uma cigana!
Certamente, ela herdara a mediunidade da mãe, corrija-se, não era mediunidade. Falar que uma rezadeira era médium, soava ofensivo, fazendo referências ao candomblé ou a macumba, feitiço, oferendas a orixás, ferindo a moral católica da região.
Elas eram então, rezadeiras abençoadas pela Igreja.
Talvez por esse medo, Durvalina, renegava o dom deixado pela mãe e a continuação de uma tradição popular, que era passada de pai para filho, de mãe para filha. Durvalina, não queria ser a nova rezadeira da região, reprimindo de todas as formas, tal possibilidade.
Só que ninguém pode correr contra o seu destino!
Como numa fase lunar, Durvalina tinha certos comportamentos. Havia época que ela se arrumava toda, principalmente, se bebia umas cachacinhas antes.
Ela saia pela estrada, de cabelos soltos e pés descalços, cumprimentando a todos, sorridente e feliz. Ela era comadre de minha madrinha e passava lá, de vez em quando, para prosear e tomar umas pinguinhas, na venda de meu avô. Seu tom de voz era tão estridente e rápido, que mal dava para entender o que dizia.
Quando ela apontava na estrada se ouvia logo dizer:
- Lá vem Durvalina!
E ela passava, dando boa tarde a todos, ou simplesmente “Boa!”, como se fala na região, até hoje, acenando e andando rápido, quase numa marcha saltitante de adolescente moça, ao receber o primeiro beijo de amor.
Outras vezes, Durvalina era triste, quieta e estranha. Não saia à rua e quando o fazia, era calada, vestida com trajes escuros, roxos ou pretos, com mangas longas e golas altas. Seu cabelo ficava preso, trançado como índia potiraguá, escondido atrás das orelhas. Era visível também, as olheiras profundas que marcavam seu rosto.
Depois deste momento, ela saia de casa, em direção ao açude, que ficava no fim do povoado. Ela enchia, a sua casa de água, dividindo-a em vários vasilhames, espalhados pela sala, cozinha e quintal, em panelas, pratos, copos, bacias de alumínio e esmalte e em sacos transparentes de plásticos. Parecia que estava chovendo dentro da casa, ou que o telhado estava repleto de goteiras.
Uma vez, eu a vi, passando em frente à casa de meu avô, vestida com a sua saia verde escuro e com as mãos cheias de sacos de plásticos transparentes, repletos de água. Ela estava com os cabelos soltos e parecia que conversava só.
Sua figura me impressiona, até hoje.
Recentemente, estive na casa de meus avós e perguntei por ela. Soube que há muitos anos, ela se mudara para São Paulo, destino de muitos baianos sertanejos e conterrâneos catingueiros daquela região, que saem em busca de uma vida melhor nas grandes capitais. Ela foi morar com os filhos, que já tinham ido, há algum tempo, para a capital paulista. Foi uma decisão rápida, que deixaria para trás, um passado de memórias reais, escritas nas estradas, no sofrimento, na falta de água, nas alegrias e nas lembranças dos antigos amigos, cúmplices de suas histórias.
Da casa do meu avô vejo sua antiga morada e imagino-a dançando descalça, com sua saia rodada e seus cabelos soltos, na sala repleta de água.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

TEXTO ENTRE A CRUZ- SEU BELO

SEU BELO

Seu Belo era um senhor, bem velhinho, que ora prestava serviços a meu avô, a troco de uma pinguinha de erva doce e um punhadinho de açúcar. Minha mãe dizia que ele tinha sido rico, mas como a sua mãe o mimara demais, ele acabou ficando muito frágil, dependendo sempre das outras pessoas. Com isso, acabou perdendo toda a sua riqueza e família, terminando por trabalhar nas casas dos mais conhecidos. Por isso, que ele tinha aquela voz pequena e afônica.
Nunca soube até que ponto, aquela história era verídica, contudo, convivi parte da minha infância observando e admirando a figura de Seu Belo.
Não sabia o seu nome verdadeiro e nem porque, eles o chamavam assim. Muitos, quando queriam agradá-lo, o chamavam de Sula:
- Ô Sula, vem varrer os terreiros hoje pra mim, vem!
- Sula, vai pegar um camin d’água na fonte pra eu por no filtro, que te dou uma pinguinha!

Seu Belo, além de pegar água nos tanques, lascar lenha e fazer pequenos mandados, era especialista em varrer terreiros. Quando chegava a sexta-feira ele ia logo cedo procurar vassouras, no mato, para cumprir a sua tarefa.
Fugindo da regra geral, das varredeiras de terreiro, a sua vassoura não era curtinha e nem amarrada com pau de vassoura comum. Ele arrancava vários pés de malva, mais ou menos da mesma altura de uma vassoura normal, amarrava-os cuidadosamente, com muitas fitas coloridas e pronto! Era a vassoura mais conhecida da redondeza, sendo exclusividade sua.
Seu Belo varria os terreiros como se desenhassem na terra, pedaços de sua história. Ficava muito concentrado na sua tarefa, enquanto eu brincava por entre as folhas e pó que voavam em minha direção.
Ao final da tarde de sexta-feira, os terreiros, tanto os da frente, quanto o dos fundos de muitas casas vizinhas, estavam um brinco, como dizia minha avó:
“ - Seu Belo é muito caprichoso,” lembrava ela.
Mas as pessoas abusavam! Eram tantos os chamados, que às vezes, ele se irritava e esbravejava baixinho, uns xingamentos.
A sua imagem é inesquecível.
Ele tinha um rosto bem redondo, iluminado por olhos verdes e uma barba grisalha. Sempre andava com seu chapéu e sandálias de couro. Suas roupas de sertanejo tinham um tom marrom esverdeado, confundindo-o com a vegetação catingueira. Seu olhar era infantil e ele adorava crianças e bichos, principalmente, cachorros e gatos. O vi, várias vezes, brincando com o bichano que morava na casa de meus avós, ou dando comida aos cachorros que sempre o acompanhava.
Outra coisa que seu Belo adorava, era arroz pregado. Sabe quando o arroz está quase queimando e gruda no fundo da panela? Pois é, Seu Belo adorava o pregadinho do arroz, quase queimado, preferindo-o, ao invés do Arroz Marrecão, branquinho, solto e parborizado, que saia diretamente da venda de meu avô. Comer arroz Marrecão, por aquelas bandas, era motivo de status, sendo servido, somente em ocasiões especiais, pois o arroz costumeiro se comprava na cidade, em grandes sacos. Minha mãe, muitas vezes, atendeu o seu pedido, embora não entendesse porque, ele tinha aquele gosto tão peculiar.

Nas horas vagas, Seu Belo remexia os monturos em busca de enfeites para o seu cajado. Ele andava pelos cantos com um cajado grande, ora feito de madeira, ora de ferro, ora de cipó. Toda vez que ele aparecia na casa de minha madrinha, que é minha vó, seu cajado estava cada vez mais garboso, cheio de tampinhas coloridas, bolinhas amarradas, laços, brilhos e uma variedade de enfeites, que não sei onde, ele encontrava tantos. Alguns meninos, quando queriam pirraçá-lo, escondiam o seu cajado só para vê-lo ficar bravo. Ele então, tirava o seu facão da bainha e começava a enrabar os meninos pirracentos. Se uma facãozada daquelas pegasse no pé do pescoço de um...

Descaracteriza-se de S. Belo e diz o texto como ator.

Realmente, Seu Belo era um sábio! Tinha a doçura de uma criança feliz e a altivez de um rei, que imponente com o seu cajado mágico, seguia pelas estradas da Fazenda Manga Velha, imprimido respeito, alegria e magia aos moradores e visitantes daquela comunidade etérea, que se perdeu com o tempo.

TEXTO ENTRE A CRUZ- POR PARTES


Todo mundo coloca seus textos no blog então lá vai: este é do Entre a Cruz a Espada e a estrada- Como nasce um artista Sertanejo. Vou colocando aos poucos.

Depois vem os pesados que são os artigos que criticam ou falam da cultura na Bahia e no interior! Primeiro a poesia, depois a realidade. RS

Espero que gostem!

Abraço!!


O SONHO

Sonharam muitos poetas pela conquista do amor. Outros sonharam para que as guerras acabassem. Muitos, em seus sonhos noturnos, copularam com deusas gregas suas fantasias sexuais mais secretas.
Dizem que a palavra sonho significa, ao olhar num dicionário, seqüência de imagens produzidas pela mente durante o sono, forte aspiração, desejo, ilusão, utopia. Até o doce de trigo feito pela minha tia, frito no óleo Sohia, salpicado de açúcar União e recheado com goiabada Cica, também define esta palavra tão difícil e cheia de nomeações.
Quem sonha se denomina sonhador, e o sonhador é colocado muitas vezes, no sentido de ilusão, preguiça, ingenuidade, acomodação. Sonhar nesse nosso mundo atual está intimamente ligado a nossa sobrevivência. Os sonhos hoje vêm empacotados, com códigos de barra, prazo de validade, e infelizmente, como na vida, todos têm seu preço. Resta saber se o sonhador devotado está realmente disposto a pagá-lo.

PERSONA
Eu tinha de 09 para 10 anos quando recebi a “missão”. Haveria um desfile cívico no centro do povoado, onde morava, e os melhores alunos foram indicados para representar a escola. Eu era um deles. Com orgulho e ufanismo infantil estufei meu peito e fui representar minha escola. Mas o destino já brincava comigo. Na frente do pelotão ia o imponente D. Pedro em um cavalo tão alto quanto se podia olhar. Ele era um menino lindo, de uma brancura ímpar, com cabelos curtos e negros, parecendo a versão masculina da Branca de Neve. Todos queriam estar lá, em cima do cavalo. Até eu. Só que o nosso Branco de Neve era tímido. E num passe de mágica, talvez da minha fada madrinha, acabei em cima do cavalo. A banda tocava num ritmo eufórico e frenético, atiçando meu coração. Ivonete, a que me colocou no cavalo, num gesto místico passou-me a espada e pediu que, ao seu sinal, gritasse, com toda minha força o texto. Nunca vou esquecer a sensação, o fogo no rosto, a altura do cavalo, o olhar do público que me acompanhava num cortejo quase medieval. – Vai! Disse ela com um olhar de esperança. Tremendo e apoiando uma das mãos na cabeça da sela, exclamei:
“- Forjem as armas soldados! Independência ou morte!!”
Desse dia em diante, nunca mais larguei a minha escalibur e assumi de vez a missão de guerreiro pela arte.


O SONHO

Às vezes, os sonhos de alguns podem ser a desgraça de outros. Um simples sapato velho, que era sonho de um Paco Pliniano, trouxe a morte de seu amigo e colega de quarto. Este mesmo sapato, só que de Cristal, anima até hoje, os sonhos juvenis de mocinhas prendadas, que como a do Conto de Fadas, esperam pelo seu Príncipe Encantado, que realizará todos os seus sonhos e juntos, no final, todos serão felizes para sempre.

Se ser feliz hoje é realizar sonhos, muitos brasileiros viverão órfãos desse desejo, pois na nossa sociedade real, sonhar custa caro e a cara do sonho deve ser parecida com as das notas de dinheiro, nesse caso, duplamente real, que circulam por ai, realizando sonhos alheios.
Se ser sonhador é ser cidadão, novamente o mérito de sonhar escapole das mãos sedentas ou das cabeças sonolentas dos postulantes a sonhador, que sem as condições, para no mínimo, ser gente, não podem sonhar. Dizem os especialistas que até os bichos sonham, ora, pois, porque não, os seres humanos não poderão sonhar?
Strinberg sonhou na sua peça teatral, Akira Kurosawa no seu filme, até Shakespeare sonhou numa noite de verão!
Os sonhos de alguns são usurentos, mesquinhos, enquanto de outros simples e empoeirados...

(continua...)

domingo, 1 de junho de 2008

"PAI" CORUJA, EU?!!



DISCURSO DE ROBERTO NA ENTREGA DO BRASKEN
OLHA EU AI GENTE! FOI LINDO E O DISCURSO REVELA QUE VALE A PENA CRER NA FORÇA DA ARTE, APESAR DE TANTA LABUTA PARA POUCO RECONHECIMENTO, AINDA MAIS PARA NÓS INTERIORANOS!
RESPONSA, HEN?
10 ANOS DE CAÇUÁ NESTE ANO!
MUITAS ÁGUAS ROLARAM E MUITOS QUE PASSARAM PELO GRUPO ESTÃO AI SE ENCONTRANDO PELA VIDA E PELA ARTE!
DEVER CUMPRIDO.
AI, FICOU SAUDOSISTA NÉ?
TO FICANDO VELHO!
RENILLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL...
SEGUE ABAIXO O TEXTO NA ÍNTEGRA(COM NEGRITOS MEUS) E A SABEDORIA DO LIVRO DE PROVÉRBIOS, NA BÍBLIA.

“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Pv 22:6)


"Quando ainda tinha 04 (quatro) anos ganhei de presente, de minha mãe, uma roupa de palhaço. Com uma maquiagem no rosto, e uma peruca de cabelos coloridos, brinquei de ser aquele que não era. Uma brincadeira que, em minha memória, não consegui registrar a duração, mas a sensação é de que tenha durado a eternidade, e de que, até hoje, eu não tenha tirado aquela indumentária do corpo.
Naquele dia fui arrebatado. E, POR INCRÍVEL QUE PAREÇA. já ali senti o trabalho de grupo necessário ao labor da “cena”. Eu não sabia me maquiar, e se minha mãe não o fizesse, certamente o brinquedo teria perdido um pouco o brilho, foi um trabalho de grupo conceber aquele palhaço, o grupo era minha mãe e eu.
Sempre fui precoce, as coisas em minha vida sempre aconteceram muito rápido, mas não tenho dúvidas de que as pequenas conquistas galgadas por mim e pela Finos, foram sempre sustentadas por parcerias e encontros.
E não é atôa que para nós, o teatro é a arte do encontro.
Como desconsiderar, então, os primeiros encontros com Marcelo Benigno ainda em conquista entre 97 e 98, a sala da UESB, o cheiro de incenso e a fatal imcompreensão, por minha parte, do que viria a ser aqueles processos de experimentação, viscerais, sinceros, pacientes, verdadeiros, sensíveis, determinantes na minha formação.
Como esquecer do PAFATAC, o encontro com uma amorosidade, com a paixão, com a poesia, com o outro. Como esquecer as aulas na graduação, com Daniel, com Ângela, Antônia, Adelice, Cleise, Iami, Maria Eugênia, Marfuz e tantos outros, vários encontros. O encontro com o professor Sérgio Farias, outro determinante encontro na minha trajetória: honestidade, objetividade, coerência, simplicidade. Responsável pela minha formação como pesquisador. E os encontros mais recentes: a paciência de minha orientadora do mestrado, professora Catarina Santana, que com atenção e dedicação tem respeitado minha prática acadêmica aliada a minha prática artística, e desse encontro na abro mão.
O encontro mais freqüente de todos esses é sem dúvida meu encontro com a Finos Trapos. Afinal de contas... são muitos ensaios por semana, muitas horas por ensaios e enfim.... só nós sabemos a delícia e a dor de ser o que somos. Este encontro celebro a cada dia, o encontro com: Daisy, a atriz e produtora, Polis, a dionisíaca, Dani, a dedicada, Yoshi, o ator cenógrafo, Chico, a sensibilidade, Rick, a ponderação, e os mais novos agregados, Frank e Milena. Ademais: todos os encontros com os entusiastas e amigos da Finos, tão caros à nós todos... entre eles o encontro com meu Padim, mais conhecido como Esechias Araújo Lima, e Carlos Jehovah, autores do Auto da Gamela, a quem nossa cidade credita respeito e homenagem pela trajetória e importância desses dois artistas e intelectuais de nossas serras gerais.
A Finos funciona em regime de teatro de grupo. Só quero essse tipo de trabalho para a minha experiência como artista. E teatro é tudo que sei fazer. Tudo. E o teatro que sei fazer, não é o teatro que está guardado e salvaguardado nas estantes das bibliotecas, das coleções da literatura dramática. Afinal de contas somos muito marginalizados, não é mesmo? Brasileiros, nordestinos, baianos, do interior, da periferia, artistas, com formação acadêmica em teatro, ou melhor e faço questão de dizer em licenciatura, residentes e ex-residentes universitários, que fazem teatro alternativo e de grupo... Ora, Não me peçam pra montar Ibsen! Não agora.
Fico muito feliz por este reconhecimento. É o reconhecimento dessa outra Bahia, que não está na tela das tvs, nos noticiários, nas campanhas publicitárias de turismo, na baianidade nagô. Está na rezadeira, no benzedeiro, na fé, nos reizados, nos presépios, na gente simples do interior. É esta a matéria que a Finos Trapos vem investigando. Também como uma denúncia: O teatro Baiano não é o teatro de Salvadorm apenas. Ponto.
O teatro está em todas as ruas, feiras, praças e tablados também de minha cidade como em todas outras tantas cidades desse estado, que como diria o próprio Josias Pires: É Singular e é plural, ou o homônimo mestre Nelson de Araújo: pequenos mundos habitam a Bahia. Feliz com o reconhecimento, mas ciente de que o maior reconhecimento que podemos ter é ver que estamos em nosso cotidiano, na sala de ensaio, buscando nosso caminho, nosso teatro... porque teatro se faz fazendo... não há espaço para encontro virtual!
Ofereço este prêmio à Finos Trapos, à minha mãe, ao meu irmão (aniversário), a meu namorado, à Marcelo Benigno (mestre e amigo), a Esechias, meu Padim e a um grande amigo em memória: Charles Cerdeira. Um palhaço conterrâneo, sensível, inteligente, de conhecimento fenomenal dessa engrenagem que é o teatro e que morreu há alguns anos em Conquista, na miséria absoluta, palpérrimo, e absolutamente descrente de um futuro melhor com seu ofício. Espero não ter o mesmo fim, amigo. Saudade, palhaço! Com a última palavra o poeta, outro conterrâneo, também em memória: "Vamos deixar de lado a revolução francesa e a soviética para descobrir a feijoada, o frevo, os reisados e o carnaval. Nossa cultura é a macumba, não a ópera." Glauber Rocha"

ROBERTO DE ABREU