Religuei mais uma vez com o axé
do Teatro Oficina na Macumba Antropófaga. O ritual e trabalho desse coletivo de
guerreirxs se faz para mim, como revitalizador e necessário como atuador que
sou e sátiro das caatingas e estradas que me abrem misteriosamente.
Agora o que se faz urgente é
convocar a todxs, que ainda não participaram dessa experiência, para se fazerem
presentes nesta última semana em cartaz.
A Macumba ali vivenciada nos leva
de volta a nossa origem indígena e mestiça de um pais ainda em construção! Corpos
conhecidos do Oficina, alguns novos e outros elétricos demais nesse dia,
abriram as ruas e espaços para os elementos desse ritual. É inegável a presença dilatada dxs atuadorsx Danielle Rosa, Nash Laila, Glauber Amaral, Tony Reis em cena.
Letícia Coura com uma beleza e vigor impressionantes, além de um talento para
as artes plásticas demostrado numa performance em cena que se modifica. Esse
trabalho, sem dúvida, tem o destaque de todo o grupo que o compõe, Camila,
Marcelo e de um Roderick mais apolíneo que dionisíaco em cena e que foi
ótimo! Joana Medeiros sempre necessária e Sylvia Prado, cadê você diva, (atuamos não só na pista mas para que ela aconteça também, né non!), além da
composição de Cyro Morais um pernambucano arretado que traz a cena entidades
ancestrais com uma leveza que nos parece fácil. Há ainda a plenitude da atriz grávida e
linda, Fernanda Taddei e Clarisse Johansson numa crescente atuação junto ao
público!! Amém, irmãos?! Lindo de ver!
Poderia falar de cada “cena” ou quadro
marcantes, como a cena de Zé, revivendo seu irmão e cantando “Ressuscita-me”
com um lirismo e beleza incomuns; o bailar carnavalesco do cenário; a entrega
do público atuador nessa catarse coletiva; ao cortejo pelo bairro do Bixiga. Meus Deuses como eles aguentam?! Esses atletas cênicos
conseguem transpor toda sua energia e prol de um teatro ritualístico e vital
para cada um.
Bombas atômicas, terra, fogo, água e ar, presidentes em
guerra, Brasil corrupto, política conhecida e suja, a guerra pelo terreno
daquele terreiro eletrônico vem à tona como banquete às convivas presentes.
Embora o título do espetáculo seja forte e
sugestivo, nessa macumba os orixás e deuses passearam menos que em outrxs
trabalhos, dando passagem e licença para os modernistas encarnados ali. Mesmo o
Oficina que amo e venero ainda é muito branco na cor e no corpo, e de cima, de
onde vi, a melanina ainda não se destaca. Num país tão grande ou numa capital
tão plural, onde estão os atuadores miscigenadxs ou misturadxs desse país tão
colorido e diverso?!
Se falta cor no corpo e não nas tintas, ela exala das notas musicais da excelente direção musical e execução,
ao vivo, daquela ópera contemporânea. Com efeito quase que transe, tântrico ou hipnotizador,
certamente a Macumba veio pelos ouvidos a nos encantar como sereias dos rios
secos, vazantes ou de lama. Toda a banda transcende sincronia e irradia todo aquele espaço junto aquele coro cantador.
Imagine a Macumba sem aquela música? Impossível! Como no axé, a música é que
evoca os orixás a conviver conosco dançando no nosso meio a nos visitar e
abençoar.
Não poderia deixar de falar da
atuação e transmissão fílmica dos kino atuadorxs Igor Marotti e Cafira Zoé irradiadíssimos
em cena com imagens belíssimas. Outro Desbunde que só o Oficina sabe fazer! E
fiquei feliz com a presença da atriz piauiense Kelly Campello! Identificação é algo
que sempre procuro num trabalho, sobretudo artístico, ao ver uma atriz
nordestina naquele espaço tão potente e necessário, devemos celebrar! Cada um
de nós paga um preço muito alto para honrar sua arte e estar em cena, ainda
mais nessa Sampã tão opressora e antagônica... Evoé!
Olha eu fazendo outro texto
grande e descritivo do Oficina traveis! Então, antes que esta escrita comece a
ficar enfadonha demais, gostaria de convidar a todxs para participar desse acontecimento
que termina nessa semana.
Agora mais do que nunca a arte se
faz presente para transformar nossa realidade. Todxs estamos na linha de
ataque! O Oficina com seu teatro avassalador é um diferencial transformador
para cada ser vivente e todx aquele entorno ameaçado. O Oficina é um bálsamo
para acalentar a nossa dor de cada dia e nos dar as armas não só o prazer!
Que venha o “Rei da Vela” para
mostrar a todxs que cultura e arte são necessárias para as nossas vidas!
Evoé guerreirxs! Meu respeito,
amor e admiração! AXÉ!! Bom encerramento de temporada! Só a arte salva!
As fotos que ilustram esta
postagem é da multi artista Jennifer Glass.
SERVIÇOS | MACUMBA ANTROPÓFAGA
Incorporação do MANIFESTO de OSWALD DE ANDRADE
Temporada: Até 24/09, sempre aos sábados e domingos.
Horário: 16h00
Ingressos: R$ 60,00 (inteira), R$ 30,00 (meia) e R$ 20,00 (moradores do Bixiga, mediante comprovação de residência).
Local: Teatro Oficina (Rua Jaceguai, 520, Bixiga. Tel: 11. 31062818)
Capacidade: 350 pessoas.
Duração: +- 5h
VENDA DE INGRESSOS
antecipados: http://bit.ly/ ingressosmacumba
ou no dia, na bilheteria do teatro, uma hora antes de cada espetáculo
Indicação etária: 18 anos.
Transmissão ao vivo: https://www.youtube.com/ user/uzonauzyna
SEJA UM CO-PRODUTOR DO TEAT(R)O OFICINA: http://teatroficina.org/
MACUMBA ANTROPÓFAGA 2017 – FICHA TÉCNICA
TEXTO
JOSÉ CELSO MARTINEZ CORREA
RODERICK HIMEROS
CATHERINE HIRSCH
Y companhia uzyna uzona
DIREÇÃO
JOSÉ CELSO MARTINEZ CORREA
CONSELHEIRA POETA
CATHERINE HIRSCH
DIREÇÃO MUSICAL
FELIPE BOTELHO
ATUADORES
ZÉ CELSO
MARCELO DRUMMOND
LETÍCIA COURA
CAMILA MOTA
ANA HARTMANN
CLARISSE JOHANSSON
CYRO MORAIS
DANIELLE ROSA
FERNANDA TADDEI
GABRIELA CAMPOS
GLAUBER AMARAL
ISABELA MARIOTTO
JOANA MEDEIROS
KAEL STUDART
LEON OLIVEIRA
LUCAS ANDRADE
MARIA BITARELLO
NASH LAILA
RODERICK HIMEROS
SELMA PAIVA
TONY REIS
TULIO STARLING
BANDA ANTROPÓFAGA
PEDRO GONGON (bateria)
FELIPE BOTELHO (baixo elétrico)
CARINA IGLECIAS (percussão)
ITO ALVES (percussão)
CHICÃO (piano e teclados)
MOITA (guitarra elétrica)
SONOPLASTIA
ANDREIA REGENI
DECO
PEDRO MACEDO
PREPARAÇÃO VOCAL
FELIPE BOTELHO
DIREÇÃO DE CENA
OTTO BARROS
FIGURINO
SONIA USHIYAMA
CAMAREIRA
CIDA MELO
MAQUIAGEM
PATRÍCIA BONÍSSIMA
ARQUITETURA CÊNICA
CARILA MATZENBACHER
MARÍLIA CAVALHEIRO GALLMEISTER
OBJETOS CÊNICOS
CARILA MATZENBACHER
MARÍLIA CAVALHEIRO GALLMEISTER
IBIRAPANEMA E MÁSCARA DO TOURO DE WALL STREET
RICARDO COSTA
CONTRAREGRAGEM | MAQUINARIA
OTTO BARROS
KELLY CAMPELLO
SOM
FELIPE GATTI
MICROFONISTAS
RAFAEL TOM LUZ
ULYCES WELL-RYRYR
DESENHO DE LUZ
LUANA DELLA CRIST
CONSULTORIA DE LUZ
RENATO BANTI
OPERAÇÃO DE LUZ
LUANA DELLA CRIST
MONTAGEM
LUANA DELLA CRIST
PEDRO FELIZES
CYNTIA MONTEIRO
NARA ZOCHER
OPERADOR DE MOVING LIGHTS
PEDRO FELIZES
PIN BEAMS
PEDRO FELIZES
CYNTHIA MONTEIRO
NARA ZOCHER
CINEMA AO VIVO
IGOR MAROTTI (kinoatuador, diretor de fotografia, câmera)
CAFIRA ZOÉ (kinoatuadora, câmera, poesia visual)
CECÍLIA LUCCHESI (edição de vídeo ao vivo)
GUILHERME PINKALSKY (live cinema)
PRODUÇÃO EXECUTIVA | ADMINISTRAÇÃO
ANDERSON PUCHETTI
PRODUÇÃO
EDERSON BARROSO
BRENDA AMARAL
SYLVIA PRADO
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO | ESTRATEGISTAS
CAMILA MOTA
MARCELO DRUMMOND
SYLVIA PRADO
ZÉ CELSO
EDITORIA WEB
BRENDA AMARAL
CAFIRA ZOÉ
CAMILA MOTA
IGOR MAROTTI
KAEL STUDART
NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO ANTROPÓFAGA | MÍDIA TÁTICA
BRENDA AMARAL
CAFIRA ZOÉ
CAMILA MOTA
PROGRAMAÇÃO VISUAL
IGOR MAROTTI
PROGRAMAÇÃO WEB
BRENDA AMARAL
OPERAÇÃO DE LEGENDAS
MARIA BITARELLO
AUDIODESCRIÇÃO
MARÍLIA DESSORDI
TRADUÇÃO PARA O INGLÊS
MARIA BITARELLO
MAKUMBAS GRÁPHICAS | IMAGIÁRIO
CAFIRA ZOÉ
CAMILA MOTA
IGOR MAROTTI
COLUNISTA DO SITE
KAEL STUDART
IMAGIÁRIO VISUAL E VIDEOARTE | UNIVERSIDADE ANTROPÓFAGA
CAFIRA ZOÉ
BAR DAS GATAS PRETAS
EVELI DE OLIVEIRA SILVA
CRISTINA OLIVEIRA
WELINGTON SOARES
LIMPEZA
ROSE OLIVEIRA
GLÓRIA BRITO
LUIS CARLOS PEREIRA DA SILVA
VIGILANTES
JOSÉ CÍCERO ALVES BARROS
JURACI VIEIRA DE MELO
RAFAEL PEREIRA DA SILVA
BOMBEIRA
AMANDA AGUIAR